O governador do Estado do Paraná, Beto Richa, recebeu dirigentes da UGT-PARANÁ para ouvir a posição dos trabalhadores em relação à Medida Provisória 595/12 (MP dos Portos).
Na reunião, representantes dos sindicatos portuários filiados à UGT, manifestaram seu descontentamento com a tentativa do governo federal em privatizar os portos públicos.
O presidente da Regional Litoral da UGT-PARANÁ, Jaime Ferreira expôs o problema ao governador. "Precisamos do apoio do governo do Estado do Paraná para que articule junto aos parlamentares a necessidade de mudarem a atual MP 595/12, pois caso contrário, perdem os trabalhadores e toda a população paranaense". Jaime Ferreira explicou que, hoje a mão de obra portuária é solicitada através do OGMO - Órgão Gestor de Mão de Obra, com a participação d os sindicatos de estivadores, arrumadores, conferentes, trabalhadores de bloco e categorias portuárias. Pelas regras da MP 595, os portos privados poderão contratar mão de obra da maneira que quiserem, pagando salários abaixo dos praticados atualmente.
"Infelizmente, a presidente Dilma e a ministra Gleisi querem precarizar as relações de trabalho nos portos públicos", disse Jaime.
Para os sindicalistas as mudanças são necessárias e devem ser discutidas com os trabalhadores. "Depois de anos de lutas, a iniciativa privada entrará nos portos sem nenhum compromisso com os trabalhadores, podendo contratar funcionários com salário mínimo e sem pagar os benefícios. Nós não aceitamos isso, e pedimos o apoio do governador", disse o presidente da UGT-PARANÁ, Paulo Rossi.
O governador Beto Richa mostrou-se sensível à demanda dos trabalhadores e manifestou total apoio às reivindicações da UGT e dos sindicatos filiados.
"Não posso concordar com o texto da Medida Provisória 595/12 (MP dos Portos), porque ela transfere do Governo do Paraná para a União o controle sobre os projetos de expansão do Porto de Paranaguá.
Richa declarou ainda que a MP 595/12 é um erro tremendo, que trará prejuízos irreparáveis ao Paraná. Os especialistas afirmam que o governo federal terá dificuldades até para fazer as licitações. Uma medida que desagrada a todos, com a única intenção de centralizar o poder", disse o governador.
Richa garantiu que convocará a bancada paranaense no Congresso Nacional e que levará o assunto para o encontro de governadores que será realizado em Brasília na semana que vem. "Contem com nosso apoio. Sou totalmente contra essa Medida Provisória que prejudica os trabalhadores portuários e restringe a atuação do governo estadual no Porto de Paranaguá".
O governador afirmou que o Paraná tem um grande plano de investimentos para o porto, que ficará comprometido com a aprovação da proposta. Ele lembrou ainda que no ano passado o corredor de exportação do Porto de Paranaguá bateu recorde de movimentação. "Resultado dos investimentos de ampliação e dragagem dos berços de atracação que realizamos, mas, sobretudo, da gestão eficiente e moderna que temos atualmente no porto de Paranaguá".
Paulo Rossi disse que a medida provisória é uma justificativa da União para privatizar os portos brasileiros. Ele criticou ainda o governo federal pelo corte de repasses aos estados. "Nós sabemos que quem paga o pacote de bondades da União são os estados brasileiros", afirmou.
O presidente nacional da UGT, Ricardo Patah, em nota, manifestou sua preocupação em relação a MP 595/12. "Vamos pressionar o congresso nacional através dos nossos parlamentares para que alterem essa MP e contemplem todos os trabalhadores portuários", declarou Patah.
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