Bem. Como tem coisas que só acontecem no Brasil, não existe outra alternativa e todos terão de conviver com a precoce corrida presidencial já visando as eleições de outubro de 2014.
A presidente Dilma Rousseff, ancorada em números excepcionais de popularidade, de acordo com as pesquisas de opinião, botou o bloco na rua.
Ela adotou uma postura mais popular e anunciou medidas que aliviam o bolso da classe média – caso da redução nos preços da tarifa de energia – e dos segmentos de menor renda (técnicos dizem que é apenas uma devolução daquilo que foi cobrado a mais em anos anteriores).
Nesse caso, o exemplo maior foi a isenção de impostos para os produtos da cesta básica.
Marina Silva, a candidata de desempenho surpreendente no pleito de 2010, promete repetir a dose agora em novo partido ainda em gestação:a Rede.
Os tucanos também ensaiam campanha fora de época com o nome do senador Aécio Neves a tiracolo. Existem outras candidaturas em gestação, com ínfimas possibilidades de êxito e visibilidade.
A exceção parece ser o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, do PSB. Mas ele ainda está cima do muro.
Até mesmo o embrionário Partido dos Aposentados e Idosos(PAI ameaça entrar na disputa do próximo ano e até sondou o petista, senador Paulo Paim, para liderar a chapa.
Ocorre que o PAI tem uma dura etapa burocrática para vencer: obter 500 mil assinaturas e o registro definitivo da Justiça Eleitoral ainda em 2013. Tarefa complicada e de gigantes. Pode não dar certo.
Os segurados do INSS, contudo, não precisam esperar por um partido próprio para deslancharem sua principal bandeira: o fim do fator previdenciário e a adoção de uma legislação estabelecendo uma política salarial decente para a toda a categoria.
Os aposentados com salário acima do mínimo, R$ 678,00, representam o segmento mais prejudicado e com perdas concretas no poder aquisitivo.
Então, antecipando etapas, seria bom buscar compromissos e conhecer as posições de Marina Silva e Aécio Neves, apenas para citar dois exemplos, sobre a eterna novela do fator previdenciário e outras polêmicas menos evidentes.
Afinal, o que pensam esses dois líderes políticos sobre o momentoso tema. Ninguém ouviu ainda, claramente, a posição deles sobre o fator previdenciário, achatamento salarial dos aposentados, limite de idade para o cidadão aposentar, dentre outros assuntos espinhosos.
O caso da presidente Dilma é interessante. Na campanha de 2010 ela acenou e até prometeu rever o fator previdenciário.
Depois que assumiu o comando do governo, retraiu-se. Certamente influenciada pelos números de ciosos tecnocratas dos ministérios da Fazenda e da Previdência. Mas ela conhece bem a confusão.
Se o fator cair, dizem, a Previdência quebra.
Ao mesmo tempo, com a aplicação linear do fator previdenciário sobre as aposentadorias do INSS, o governo reduz as despesas do sistema. E até consegue economizar dinheiro, segundo os números oficiais disponíveis.
Já que a campanha é extemporânea, vale buscar desde agora um compromisso para valer dos presidenciáveis sobre a questão. As dificuldades são imensas. Isso todos nós já estamos cansados de saber.
Deputados e senadores não conseguem votar o projeto que introduz modelo 85/95, em substituição ao sistema em vigor. Entra ano e sai ano, a ladainha é a mesma.
Mas nada acontece para desespero dos aposentados do INSS.
E, ao lado disso, o veto do ex-presidente Lula ao projeto que acabava com o fator previdenciário não será derrubado pelos parlamentares. Infelizmente. (Carlos Max)