Está cada vez mais difícil viver com a aposentadoria no Grande ABC. Apenas no último ano o valor médio pago pelo benefício encolheu de R$ 1.500 para R$ 1.300 mensais.
Além disso, a expectativa do sindicato da categoria na região é de que até 2015 o valor esteja cerca de R$ 550 menor. A diminuição seria causada pela falta de revisão nos índices pelos próximos anos, uma vez que eles não foram inclusos nas negociações do salário-mínimo feitas pela presidente Dilma Rousseff no último mês.
A presidente conseguiu aprovação para que possa recalcular o reajuste do mínimo sem a necessidade de votação na Câmara dos Deputado e no Senado, mas não colocou aposentados no pacote, o que irritou pensionistas em todo o Brasil.
Atualmente o Grande ABC conta com 365 mil aposentados, cerca de 12% da população. Até aqui, os homens são a maioria, no entanto, o número de mulheres tem aumentado consideravelmente nos dois últimos anos, o que fez com que o valor do benefício caísse. Na região, elas recebem até 20% menos do que os homens.
"É algo extremamente inquietante, mas apesar de tanta luta que vemos hoje por igualdade, elas ainda têm tempo de contribuição e salários muito menores do que os homens", pontua o diretor do sindicato Luiz Antonio Ferreira Rodrigues.
O valor empregado para custear despesas de saúde também é algo que tem dificultado a vida dos aposentados. A estimativa da entidade é de que cerca de 70% dos rendimentos são dispensados para pagar médicos e remédios.
"Daí o aposentado tem de escolher se prefere comer ou morrer de fome, porque o que sobra é quase nada", reclama Rodrigues.
FATOR PREVIDENCIÁRIO - Para o sindicalista, cerca de 40% dos pensionistas da região, ou cerca de 160 mil pessoas, seguem trabalhando para conseguir sustentar as famílias. A situação acontece por conta do fator previdenciário, que diminui o valor a ser recebido em até 30%, caso o funcionário opte pela aposentadoria por tempo de serviço e não por idade.
"Temos muitos aposentados hoje que são arrimo de família. Seria preciso rever o fator previdênciário para parar de prejudicar tanto os trabalhadores que ajudaram a construir este País. A lei foi mudada em 1998, não era assim antes e poderia sim ser revista logo", avalia.
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