Absurdo gritante: auxílio-doença de faxineira é cortado

A faxineira Maria Alzira dos Anjos Santos, 59 anos, fez duas cirurgias nos dois ombros, mas diz que ainda está em tratamento. Mesmo assim, o INSS cortou seu pagamento do auxílio-doença. Ela diz estar desde setembro sem receber, mas afirma que ainda não tem condições de voltar ao trabalho. "Faz menos de três meses que fiz a segunda cirurgia", diz. Como sua atividade requer esforço com os dois braços, ela afirma que até tentou voltar ao trabalho para não ficar sem dinheiro, mas voltou ao médico com muitas dores. "Tudo o que eu faço: varrer, lavar louça, passar roupa, exige muito movimento", afirma. Maria Alzira fez a primeira cirurgia há quatro anos --período em que recebeu, normalmente, o auxílio-doença. Antes de fazer a primeira cirurgia e receber o benefício, ela sempre contribuiu com o INSS como autônoma. "Contribui por muitos anos antes de ter o problema de saúde e, depois, o INSS disse que não precisava contribuir enquanto recebesse o auxílio", afirma ela. A segurada reclama ainda do atendimento do perito na consulta que, segundo ela, não olhou seus últimos exames. "Parece que eles te dão um prazo para ficar doente. Um absurdo", reclama. O INSS informa que a faxineira entrou com pedido de prorrogação do benefício neste ano, mas as perícias feitas após o pedido constataram "inexistência de incapacidade" para o trabalho. Ou seja, ela já estava apta para voltar à função de faxineira. Após a negativa, a segurada protocolou um pedido de recurso, que está em estudo na 13ª Junta de Recursos da Previdência Social, ainda sem data para julgamento.