13 de janeiro de 2012

Impacto do pré-sal chega à Região Sul

Plataforma flutuante São Vicente, onde foi produzido o primeiro óleo do pré-sal Pelos estudos disponíveis, o pré-sal já segue até a Região Sul, mais exatamente o trecho da plataforma continental ao largo do litoral de Santa Catarina. O impacto econômico do pré-sal na região, contudo, é mais amplo, e estende-se ao Rio Grande do Sul. Os US$ 55 bilhões que a Petrobras investirá no pré-sal até 2015 abrem a oportunidade para a indústria da região tornar-se fornecedora dos 350 mil itens que a cadeia petrolífera demandará. Durante seminário na Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina, na presença de 400 empresários e executivos, o diretor financeiro e de relações com investidores da Petrobras, Almir Guilherme Barbassa, afirmou que estão em fase de construção 19 plataformas que terão de 60% a 70% de conteúdo nacional. Até 2020 serão mais 35 plataformas que equipadas custam entre US$ 5 e US$ 6 bilhões cada uma. Dados semelhantes foram expostos pelo presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli, em reunião com o governador do Paraná, José Richa, e pelo diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, em encontro com o Comitê de Óleo & Gás da Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs). Marco Tavares, consultor da Gás Energy, uma das principais consultorias empresariais do setor, identifica excelentes perspectivas para as indústrias dos três estados sulistas, na esteira das encomendas da Petrobras, da indústria petrolífera em geral e das grandes fornecedoras do setor. Tavares lembra que o Plano Estratégico da Petrobras fixa para 2020 a meta de 5,9 milhões de barris diários, o triplo da produção atual. “Roberto Ramos, presidente da Odebrecht Óleo & Gás, costuma argumentar que o único salto desse porte, nessa rapidez, aconteceu na Arábia Saudita, e em um período em que cinco das sete irmãs do petróleo atuavam livremente por lá, com as respectivas cadeias de fornecedores. A Petrobras terá que montar isso praticamente sozinha, sob uma norma de 70% de conteúdo local”, compara Tavares. Diferentemente do petróleo saudita, em bacias terrestres e a menos de mil metros de profundidade, as jazidas do pré-sal estão em alto-mar, a partir de 7 mil metros. “É um grande desafio, mas embute enormes oportunidades”, confia. Diretor do Comitê de Óleo & Gás da Fiergs, Oscar de Azevedo mostra otimismo similar com o desempenho gaúcho nas novas encomendas: “Temos o segundo maior polo metalmecânico do país, que costumava se voltar para o setor automobilístico. Agora, com o advento do polo naval offshore, temos uma grande chance de acelerar a indústria local. Aqui serão feitas unidades flutuantes de produção e estocagem de petróleo (FPSOs), plataformas e uma série de tipos de embarcações que vão gerar renda, empregos e desenvolvimento”. O presidente do Sistema Fiesc, Glauco José Côrte, afirmou que Santa Catarina tem uma indústria atualizada, diversificada e preparada para atender a demanda do pré-sal. Ele lembrou que dentro dos 350 mil itens estão produtos que vão do setor de alimentos ao metalmecânico. “Temos uma cadeia de oportunidades e faremos um grande esforço para estar presente nessa fase admirável de investimentos no país.”(Cezar Faccioli de Oliveira - Brasil Econômico Voltar

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