16 de março de 2013

Dilma dá posse a novos ministros. Um deles é Manoel Dias de Santa Catarina



A presidente Dilma Rousseff cumprimenta o ministro Moreira Franco em cerimônia de posse dos novos ministros no Palácio do Planalto. Estavam presentes na cerimônia o vice-presidente Michel Temer, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e o presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), além de vários ministros e políticos. Em seu discurso, a presidente enfatizou a importância das coalizões (alianças entre partidos) para que se possa governar. Há duas semanas, na convenção nacional do PMDB que reelegeu Michel Temer como presidente, Dilma já havia feito a defesa das alianças partidárias — o PMDB é o segundo maior partido da base aliada. “O exercício do poder, em qualquer ente federado, União, Estado e município, é uma fonte de aprendizado”, disse a presidente. “Temos que fortalecer as forças que sustentam um governo de coalizão”, disse Dilma. Nas palavras dirigidas aos ex-ministros Mendes Ribeiro e Brizola Neto, Dilma foi carinhosa e chamou-os de “Mendezinho” e “Brizolinha”. Mendes Ribeiro chegou a se emocionar com a homenagem de Dilma, que disse para ele “resistir às dificuldades” — o ministro está se recuperando de um tumor no cérebro e retomará seu mandato na Câmara dos Deputados. Dilma chamou ainda Brizola Neto de “meu amigo”. Ao encerrar seu discurso, Dilma dirigiu-se aos novos ministros: “É um convite ao trabalho”. “Nós temos responsabilidades e obrigação de continuar transformando o Brasil, afirmou Dilma. 

Reforma - Na sexta-feira, a presidente anunciou uma pequena reforma ministerial para acomodar os interesses de partidos da base aliada, como o PMDB e o PDT. Deixaram os cargos Wagner Bittencourt, então titular da Aviação Civil; Brizola Neto, no Trabalho; e Mendes Ribeiro, na Agricultura. A posse aconteceu excepcionalmente em um sábado devido à viagem da presidente ao Vaticano no domingo. Lá, Dilma encontrará o novo papa. Na reunião com Dilma, Manoel Dias disse que o nome de Brizola Neto não foi mencionado nem a presidente justificou os motivos da troca. Dias é homem de confiança de Carlos Lupi, presidente do PDT, que estaria insatisfeito com Brizola Neto e até teria ameaçado apoiar eventual candidatura de Eduardo Campos (PSB-PE) ao Planalto em 2014. Já a troca de pasta de Moreira Franco se deve às reclamações do PMDB de que a SAE seria um ministério esvaziado, sem poder. A secretaria será administrada por um interino, o secretário executivo Roger Leal, até a definição de um novo ministro. A reforma ministerial, no entanto, não deve terminar por aí. Está em criação o 39º ministério de Dilma, a Secretaria da Micro e Pequena Empresa. O ministério já está prometido para o PSD, partido do ex-prefeito de São Paulo Gilberto Kassab, e o nome mais cotado para assumir a pasta é o do vice-governador paulista, Guilherme Afif Domingos. 

MANOEL DIAS TEM HISTÓRIA - Ele é catarinense, de Criciúma, onde nasceu em 13 de agosto de 1938. É um advogado e político brasileiro, sendo o presidente regional do PDT em Santa Catarina. Iniciou a vida pública na década de 1960, como líder estudantil. Eleito vereador de Içara em 1962 pelo Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), teve o mandato cassado após o Golpe Militar de 1964.
Foi mantido preso por onze meses. Em 1965, participou da fundação do Movimento Democrático Brasileiro (MDB) em Santa Catarina. Foi deputado à Assembleia Legislativa de Santa Catarina na 6ª legislatura (1967 — 1971). 
Com a decretação do Ato Institucional Número Cinco (AI-5), em 1969, voltou a ser cassado, com os direitos políticos suspensos por 10 anos. Neste período, formou-se em direito pela Universidade Federal de Santa Catarina, e passou a advogar em Criciúma. Após a anistia, em 1979, mudou-se para Florianópolis, a fim de recriar o PTB. Como a sigla acabou sendo registrada pelo grupo político de Ivete Vargas, fundou no início da década de 1980 o PDT, juntamente com Leonel Brizola e outras lideranças. 
Foi candidato a deputado estadual em 1982, a governador em 2006 e a vice-governador em 2010, no entanto não logrou êxito. Atualmente é o secretário-geral do PDT, presidente estadual do PDT de Santa Catarina e presidente da Fundação Leonel Brizola e Alberto Pasqualini. 
Na década de 1990, participou do governo de Brizola no Rio de Janeiro, presidindo o Banco do Estado do Rio de Janeiro (Banerj). 
Sua indicação ao Ministério do Trabalho tem apoio do presidente da sigla, Carlos Lupi, e o catarinense diz que "certamente vou procurar fazer o melhor possível e construir, junto com outras forças políticas, um bom plano de trabalho", antecipa Manoel Dias.

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