22 de março de 2013

Trabalhadores querem contrapartidas dos setores beneficiados com desonerações


As centrais sindicais ainda esperam contrapartidas, especialmente em relação ao nível de emprego, dos setores industriais beneficiados com desonerações em 2012. “Esse é um dado que vai estar na mesa (de negociação)”, diz o coordenador de Relações Sindicais do Dieese, José Silvestre Prado de Oliveira. 
“O governo atendeu a todas as demandas do setor empresarial, como redução do IPI e desoneração da folha de pagamento.” “Não houve negociação sobre isso”, comenta o secretário de Políticas Sociais da CTB, Carlos Rogério Nunes. “A marcha (das centrais, realizada em Brasília no dia 6) deu uma sinalização. 
O ganho de produtividade não pode ser apropriado só pelos setor empresarial.” Pelos dados já disponíveis, o economista do Dieese avalia que o emprego industrial deve crescer, mas não na mesma proporção do PIB, devido a uma possível capacidade ociosa do setor. Segundo divulgou este mês a Confederação Nacional da Indústria (CNI), a utilização da capacidade instalada aumentou 1,1 ponto percentual de dezembro para janeiro, atingindo 84%. 
A entidade afirma que o setor está em “trajetória de recuperação moderada”. Apesar dos resultados positivos para os reajustes em 2012, Silvestre comenta que o salário real médio no Brasil ainda não consegue avançar tanto devido à rotatividade de mão de obra. 
A cada ano, parte das empresas mantém seus quadros, mas “troca” funcionários e contrata pessoal por salários menores daqueles que saíram. A pesquisa do Dieese mostrou ainda que 95,6% dos reajustes foram pagos de uma só vez, na data-base, o que reforça tendência de anos anteriores. 
Nos outros 4,4%, o pagamento foi parcelado em duas vezes. Cresceu a incidência de reajustes com escalonamento (por faixa salarial), que atingiu 22,2%, do total, e com inclusão de abono salarial (10,1%).

0 comentários:

Postar um comentário