As centrais sindicais ainda esperam contrapartidas, especialmente em relação ao nível de emprego, dos setores industriais beneficiados com desonerações em 2012. “Esse é um dado que vai estar na mesa (de negociação)”, diz o coordenador de Relações Sindicais do Dieese, José Silvestre Prado de Oliveira.
“O governo atendeu a todas as demandas do setor empresarial, como redução do IPI e desoneração da folha de pagamento.”
“Não houve negociação sobre isso”, comenta o secretário de Políticas Sociais da CTB, Carlos Rogério Nunes. “A marcha (das centrais, realizada em Brasília no dia 6) deu uma sinalização.
O ganho de produtividade não pode ser apropriado só pelos setor empresarial.”
Pelos dados já disponíveis, o economista do Dieese avalia que o emprego industrial deve crescer, mas não na mesma proporção do PIB, devido a uma possível capacidade ociosa do setor. Segundo divulgou este mês a Confederação Nacional da Indústria (CNI), a utilização da capacidade instalada aumentou 1,1 ponto percentual de dezembro para janeiro, atingindo 84%.
A entidade afirma que o setor está em “trajetória de recuperação moderada”.
Apesar dos resultados positivos para os reajustes em 2012, Silvestre comenta que o salário real médio no Brasil ainda não consegue avançar tanto devido à rotatividade de mão de obra.
A cada ano, parte das empresas mantém seus quadros, mas “troca” funcionários e contrata pessoal por salários menores daqueles que saíram.
A pesquisa do Dieese mostrou ainda que 95,6% dos reajustes foram pagos de uma só vez, na data-base, o que reforça tendência de anos anteriores.
Nos outros 4,4%, o pagamento foi parcelado em duas vezes. Cresceu a incidência de reajustes com escalonamento (por faixa salarial), que atingiu 22,2%, do total, e com inclusão de abono salarial (10,1%).
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